Bras\u00edlia (10\/12\/2015) – O presidente da Confedera\u00e7\u00e3o da Agricultura e Pecu\u00e1ria do Brasil (CNA), Jo\u00e3o Martins, afirmou, nesta quarta-feira (10\/12), que o setor agr\u00edcola brasileiro n\u00e3o est\u00e1 preocupado apenas em garantir o equil\u00edbrio da economia brasileira, mas, principalmente, oferecer seguran\u00e7a alimentar a pre\u00e7os acess\u00edveis para todos os segmentos da popula\u00e7\u00e3o brasileira. \u201cN\u00e3o faltar\u00e1 alimentos e nem haver\u00e1 desabastecimento dos g\u00eaneros de primeira necessidade\u201d, declarou ele, durante entrevista coletiva sobre o balan\u00e7o de 2015 e as perspectivas para 2016 do setor agropecu\u00e1rio.
\nA CNA, segundo Jo\u00e3o Martins, est\u00e1 atenta aos problemas conjunturais da economia brasileira e seus poss\u00edveis reflexos no desempenho do setor agr\u00edcola e decidiu reativar a Comiss\u00e3o Nacional de Pol\u00edtica Agr\u00edcola que ficar\u00e1 encarregada de analisar e buscar alternativas capazes de \u201cblindar o setor dos impactos negativos\u201d.
\nNo entender do presidente da CNA, eventuais redu\u00e7\u00f5es na \u00e1rea plantada de determinados produtos agr\u00edcolas n\u00e3o significam manipula\u00e7\u00e3o para aumentar os pre\u00e7os. O pa\u00eds \u201ctem uma agricultura moderna, com tecnologia de ponta, competitiva e o mercado interno continuar\u00e1 abastecido e com pre\u00e7os acess\u00edveis a todos os brasileiros\u201d.
\nSeguro rural \u2013 O presidente da comiss\u00e3o, o vice-presidente diretor da CNA, Jos\u00e9 M\u00e1rio Schreiner, defendeu que uma das medidas emergenciais para atender o setor seria elevar a R$ 1,2 bilh\u00e3o os recursos p\u00fablicos destinados ao pr\u00eamio de subven\u00e7\u00e3o ao seguro rural da pr\u00f3xima safra. A verba prevista at\u00e9 agora para as opera\u00e7\u00f5es do seguro rural \u00e9 de R$ 400 milh\u00f5es.
\nPara Schreiner, o objetivo principal da Comiss\u00e3o de Pol\u00edtica Agr\u00edcola \u00e9 buscar alternativas para \u201cblindar o setor da crise. Como diz o ditado popular quando voc\u00ea tem, no cesto, uma laranja podre, esta pode contaminar as demais. Mas, no nosso caso, precisamos saber como proteger a \u00fanica laranja s\u00e3 – a agricultura e a pecu\u00e1ria -, dos demais segmentos contaminados\u201d, disse.<\/p>\n
J\u00e1 o superintendente t\u00e9cnico da CNA, Bruno Lucchi, avaliou que mesmo diante das dificuldades da economia, a produ\u00e7\u00e3o de gr\u00e3os em 2016 deve crescer acima de 2%, com destaque para a soja, cuja \u00e1rea plantada ter\u00e1 incremento de 3,8% e a produ\u00e7\u00e3o outros 6,8%. Lucchi considerou satisfat\u00f3rio o desempenho do PIB do agr\u00edcola em 2015: previs\u00e3o de pequena queda (-0,7%), aceit\u00e1vel levando-se em conta a retra\u00e7\u00e3o geral da economia brasileira prevista para este ano (-3,5%).
\nO economista da LCA Consultoria, Fernando Sampaio, entende que o ano de 2015 \u201cfoi uma surpresa altamente negativa, com o PIB devendo apresentar queda expressiva de 3,5%, devido \u00e0s incertezas pol\u00edticas que acabaram provocando forte desconfian\u00e7a do setor empresarial, levando ao adiamento ou a suspens\u00e3o de investimentos\u201d.
\nSendo assim, assinalou ele, 2016 est\u00e1 sendo considerado \u201ccomo um ano menos complicado, em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 situa\u00e7\u00e3o atual, devendo a atividade econ\u00f4mica retrair 2,5%\u201d. Sampaio citou como exemplo as investiga\u00e7\u00f5es da Pol\u00edcia Federal e a atua\u00e7\u00e3o do Judici\u00e1rio no que se convencionou chamar de Opera\u00e7\u00e3o Lava Jato: efeito direto no desempenho do setor da constru\u00e7\u00e3o civil, cuja retra\u00e7\u00e3o em 2015 ser\u00e1 recorde, 8%.
\nA Superintendente de Rela\u00e7\u00f5es Internacionais (SRI) da CNA, Alinne Betania Oliveira, apresentou um resumo dos resultados do agroneg\u00f3cio brasileiro no mercado externo, destacando que as vendas do segmento alcan\u00e7ar\u00e3o US$ 89 bilh\u00f5es, representando 48% de todo o com\u00e9rcio externo do pa\u00eds.
\nSegundo ela, os produtos brasileiros continuam competitivos no mercado internacional, mas algumas quest\u00f5es precisam ser observadas com prioridade, casos dos acordos comerciais. O Brasil ter\u00e1 de apressar acordos de com\u00e9rcio com a Uni\u00e3o Europeia (UE), R\u00fassia e China, especialmente \u201cpara n\u00e3o perder terreno na dura competi\u00e7\u00e3o do com\u00e9rcio internacional\u201d.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Bras\u00edlia (10\/12\/2015) – O presidente da Confedera\u00e7\u00e3o da Agricultura e Pecu\u00e1ria do Brasil (CNA), Jo\u00e3o Martins, afirmou, nesta quarta-feira (10\/12), que o setor agr\u00edcola brasileiro n\u00e3o est\u00e1 preocupado apenas em garantir o equil\u00edbrio da economia brasileira, mas, principalmente, oferecer seguran\u00e7a alimentar a pre\u00e7os acess\u00edveis para todos os segmentos da popula\u00e7\u00e3o brasileira. \u201cN\u00e3o faltar\u00e1 alimentos e …<\/p>\n