{"id":1145,"date":"2016-03-07T14:48:21","date_gmt":"2016-03-07T14:48:21","guid":{"rendered":"http:\/\/faepe.com.br\/?p=1145"},"modified":"2022-09-26T20:12:18","modified_gmt":"2022-09-26T23:12:18","slug":"efeito-da-recessao","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/faepe.com.br\/efeito-da-recessao\/","title":{"rendered":"Efeito da recess\u00e3o"},"content":{"rendered":"

Subs\u00eddios gigantescos e indiscriminados combinados com protecionismo comercial travam a inova\u00e7\u00e3o e a produtividade. Al\u00e9m disso, as discrep\u00e2ncias entre os benef\u00edcios privados e sociais aumentam, com perdas de bem-estar para a sociedade como um todo.\u00a0 O atraso agradece.<\/p>\n

O USDA agricultural projections to 2025 (fevereiro, 2016), publicado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), faz estimativas de longo prazo animadoras sobre a agropecu\u00e1ria brasileira at\u00e9 2025, que em nada lembram as perspectivas sombrias da economia do pa\u00eds, em particular da ind\u00fastria, sen\u00e3o vejamos:<\/p>\n

1) O Brasil continuar\u00e1 como o maior exportador de soja at\u00e9 2025\/2026, com acr\u00e9scimo de \u00e1rea plantada superior a 6 milh\u00f5es de hectares, mais da metade do total mundial. As exporta\u00e7\u00f5es de soja aumentar\u00e3o em 19,6 milh\u00f5es de toneladas, alcan\u00e7ando 76 milh\u00f5es de toneladas;<\/p>\n

2) O Brasil continuar\u00e1 a ser o maior exportador de carne de frango at\u00e9 2025\/2026, com acr\u00e9scimo nas vendas externas de quase 1,3 milh\u00f5es de toneladas, um incremento de 32% em rela\u00e7\u00e3o a 2016\/2017. No tocante \u00e0 carne su\u00edna, as estimativas indicam que o Brasil ser\u00e1 o segundo maior pa\u00eds exportador, com exporta\u00e7\u00f5es crescendo, em m\u00e9dia, 4,0% a.a. at\u00e9 2025\/26. As exporta\u00e7\u00f5es de carne bovina brasileira tamb\u00e9m devem aumentar em 2,8 milh\u00f5es de toneladas, no mesmo per\u00edodo, tornando o Brasil o segundo maior exportador mundial, depois da \u00cdndia;<\/p>\n

3) O Brasil exportou, em m\u00e9dia, 25 milh\u00f5es de toneladas de milho nos \u00faltimos cinco anos. Na safra 2025\/2026, segundo as estimativas, as exporta\u00e7\u00f5es atingir\u00e3o 31,1 milh\u00f5es de toneladas, perdendo apenas para os Estados Unidos;<\/p>\n

4) A \u00e1rea plantada de algod\u00e3o dever\u00e1 crescer significativamente, contribuindo para exporta\u00e7\u00f5es da ordem de 3,7 milh\u00f5es de fardos at\u00e9 2025\/2026, segundo o USDA. Caso as previs\u00f5es se confirmem, o Brasil ser\u00e1 o maior exportador de algod\u00e3o do mundo.<\/p>\n

As proje\u00e7\u00f5es de longo prazo do USDA confirmam o que j\u00e1 se sabe: o Brasil \u00e9, de fato, uma pot\u00eancia agr\u00edcola mundial, al\u00e9m de ser o pa\u00eds com progn\u00f3stico mais favor\u00e1vel para aumentar a produ\u00e7\u00e3o. Isso n\u00e3o \u00e9 pouco, principalmente quando observadas as perspectivas sofr\u00edveis da ind\u00fastria brasileira. Perguntar\u00e1 o curioso leitor: por que a trajet\u00f3ria desses setores projetam rumos t\u00e3o distintos? Resposta –\u00a0As pol\u00edticas de desenvolvimento industrial no Brasil, desde pelo menos os anos 1950, regra geral, t\u00eam como fundamento a concess\u00e3o de subs\u00eddios gigantescos e indiscriminados, al\u00e9m do protecionismo comercial ao setor. Pol\u00edticas desse tipo travam a inova\u00e7\u00e3o, a produtividade e a competitividade nos mercados globais. \u00c9 o atraso.<\/p>\n

A descoberta de que as terras do cerrado n\u00e3o eram imprest\u00e1veis para agricultura, nos anos 1970, como se acreditava, representa o ponto de partida para a din\u00e2mica agropecu\u00e1ria brasileira. Desde ent\u00e3o, com foco na produ\u00e7\u00e3o de excedentes export\u00e1veis (o mercado dom\u00e9stico n\u00e3o basta), na pesquisa, no comportamento dos empres\u00e1rios ante os riscos, em instrumentos eficientes de financiamento e na integra\u00e7\u00e3o aos mercados mundiais, a agropecu\u00e1ria brasileira cresceu e o pa\u00eds se tornou uma pot\u00eancia agr\u00edcola. Foi simples assim.<\/p>\n

Publica\u00e7\u00e3o: Observat\u00f3rio econ\u00f4mico, do Di\u00e1rio de Pernambuco, \u00a0em 03\/03\/2016<\/i><\/b><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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Efeito da recess\u00e3o<\/span> Leia mais »<\/a><\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"site-sidebar-layout":"default","site-content-layout":"default","ast-global-header-display":"","ast-main-header-display":"","ast-hfb-above-header-display":"","ast-hfb-below-header-display":"","ast-hfb-mobile-header-display":"","site-post-title":"","ast-breadcrumbs-content":"","ast-featured-img":"","footer-sml-layout":"","theme-transparent-header-meta":"","adv-header-id-meta":"","stick-header-meta":"","header-above-stick-meta":"","header-main-stick-meta":"","header-below-stick-meta":"","footnotes":""},"categories":[13,12],"tags":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/faepe.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1145"}],"collection":[{"href":"https:\/\/faepe.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/faepe.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/faepe.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/faepe.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=1145"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/faepe.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1145\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":3834,"href":"https:\/\/faepe.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1145\/revisions\/3834"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/faepe.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=1145"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/faepe.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=1145"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/faepe.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=1145"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}