A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira (11), durante discurso em Lucas do Rio Verde (MT), que a colheita da safra de grãos 2013/2014, prevista em 193 milhões de toneladas, é uma “vitória do agronegócio do Brasil”.
O cálculo de 193 milhões de toneladas, um recordepara o país, foi feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Segundo Dilma, no entanto, produtores e o Ministério da Agricultura afirmam que o número pode chegar a 196 milhões de toneladas.
“Isso em relação ao que obtivemos antes é uma vitória do agronegócio no Brasil. Essa vitória é o que nós estamos celebrando hoje aqui também”, afirmou a presidente. Ela disse saber a importância do agronegócio e o quanto o Brasil pode ganhar “nesse processo, no presente e no futuro”.
Dilma aproveitou o discurso em Lucas do Rio Verde (MT), onde foi celebrada a abertura oficial da colheita da safra 2013/2014, para voltar a criticar os pessimistas. Ela disse que presenciar a produção e colheita de alimentos, era a certeza de que o país tem “competência e capacidade”. “É certeza que nós temos a competência e a capacidade, e que aqueles pessimistas de sempre, eles serão derrotados por essa força enorme que emana do nosso povo”, afirmou.
Antes do discurso, Dilma caminhou por uma plantação de soja e dirigiu uma colheitadeira. Em seguida, a presidente descarregou a soja colhida por ela e brincou de jogá-la para cima.
O prefeito de Lucas do Rio Verde, Otaviano Pivetta, comentou o passeio dado por Dilma na colheitadeira. “A senhora viu a beleza e a coisa sagrada que é a produção”, disse.
Dilma também brincou com o fato de ter dirigido a colheitadeira. “Eu estava conversando ali quando a gente estava fazendo… Arranjei minha segunda profissão, que além de presidenta agora, eu sou operadora de máquina. Mas eu estava conversando, aquilo ali é complexo, não é fácil operar aquelas máquinas”, disse.
Vaias
Ao deixar o palanque do discurso, a presidente foi vaiada por servidores dos Correios que estão em greve. Cerca de 30 funcionários participaram do protesto. Os servidores se manifestaram contra a terceirização do plano de saúde da categoria.
Em coro, eles gritaram frases de protesto, como “Não, não, não, nossa saúde não” e “Ei Dilma, para de correr”, numa alusão ao que eles consideram falta de diálogo do governo federal com os trabalhadores dos Correios.
A presidente não se manifestou sobre as vaias, que aos poucos foram abafadas pelos gritos de apoio à presidente de políticos e outras pessoas que acompanhavam o evento.
Críticas do MST
Na tarde desta segunda (10), dirigentes do MST disseram em entrevista que o governo tem “optado politicamente pelo desenvolvimento do agronegócio” em detrimento da reforma agrária.
Cerca de 15 mil integrantes do MST, além de aproximadamente 250 pessoas de outros países participam até sexta-feira, em Brasília, do 6º Congresso Nacional para celebrar os 30 anos do principal movimento camponês do país. De acordo com a assessoria de imprensa do movimento, o MST possui mais de 900 assentamentos, que abrigam cerca de 350 mil famílias.
“Nos últimos anos houve um retrocesso caracterizado por uma aliança do governo com pessoas ligadas ao agronegócio, o que impede a ampliação da reforma agrária”, afirmou o dirigente Diego Moreira. Para ele, há uma “tática do governo que impede o avanço da reforma agrária.”