Gestão da água na Austrália é tema de discussão no I Fórum das Secas 2016

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audiencia 2

A primeira edição de 2016 do Fórum Permanente de Convivência Produtiva com as Secas recebeu a palestra “Políticas de Convivência com as Secas na Austrália”, do secretário da Plataforma de Águas da Organização das Nações Unidas para Agricultura (FAO), Marlos de Souza. O evento, que aconteceu nesta na quinta-feira (17), no Hotel Golden Tulip, em Boa Viagem, foi realizado pela Federação da Agricultura de Pernambuco e Sebrae, reunindo 14 instituições empresariais, além de lideranças políticas, que buscam implantar soluções permanentes para adaptação a estiagem prolongada.

Em sua apresentação, o secretário da FAO destacou que, a grande diferença que a Austrália tem, em relação ao Brasil, na gestão dos recursos hídricos, é o planejamento, a longo prazo. “Planejamento gera resultados”, enfatizou. Segundo Marlos, atualmente, na Austrália, a população já acompanha, em tempo real, dados da água acumulada em todos os reservatórios. “O maior investimento que o país faz para controle e reaproveitamento desse recurso é a transferência de conhecimento sobre consumo consciente. Há décadas, o governo oferece orientações sobre a quantidade e qualidade da água disponível, por região. E esse monitoramento é primordial para atender a demanda, de forma equilibrada, em longos períodos de estiagem”, explicou.

Os resultados desse modelo de gestão podem ser confirmados em todo território australiano. Estados do Sul da Austrália, a exemplo de Vitória, têm 20% do seu esgoto reciclado. Vale ressaltar também, que os eletrodomésticos como máquinas de lavar roupas e louças, além das duchas de banho e vasos sanitários, apresentam um selo indicativo do consumo de água. Dessa forma, antes de comprar qualquer um desses produtos, o consumidor já sabe a estimativa de gasto.

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Quanto ao Nordeste, o palestrante reforça que a região conta com um ponto positivo, que é o fato de a população ter consciência da escassez de água devido à seca. “São inúmeras as possibilidades que podem ser implantadas ou adaptadas no semiárido. Porém, isso requer um processo de reeducação não só de uso, como reuso da água”, avaliou o especialista. Em relação a Pernambuco, o secretário de Agricultura e Reforma Agrária, Nilton Mota, alerta para a importância de agregar a inovação tecnológica e as obras estruturantes realizadas pelo governo em favor da agropecuária e do abastecimento d’água no meio rural.

Na ocasião, o presidente da Faepe, Pio Guerra, solicitou o empenho das autoridades presentes, no sentido de tornar as ações voltadas para a convivência com a seca, uma prioridade do governo e da sociedade. “Saímos desse debate com o entendimento que a água é um bem público, mas de valor econômico. E merece ser tratada como tal. Por isso, é necessário integrar todos os setores da economia na implantação de alternativas eficientes, que dê em um fim a todo esse sofrimento causado por essa última estiagem que já dura seis anos consecutivos”, enfatizou Guerra.

O debate contou com a participação de representantes políticos e empresariais do segmento agropecuário. Entre eles, a secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação, Lúcia Melo, a diretora técnica do Sebrae, Ana Claudia Dias, o presidente em exercício do Itep, Geraldo Eugênio, a presidente da Facep, Jussara Pereira, o presidente do IPA, Gabriel Maciel, o professor da UFPE, Abelardo Montenegro, o presidente do Sindaçúcar, Renato Cunha, e o presidente da Sociedade Nordestina dos Criadores, Emanoel Rocha, além de dirigentes da UFRPE, Fiepe, Fecomércio, BNDES, Banco do Nordeste e Banco do Brasil, entre outros.