Chuvas animam o setor agropecuário

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Produtores do Agreste e Zona da Mata podem reduzir suas perdas com a seca que já castiga o segmento há pelo menos quatro anos


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O setor agropecuário, que passou por quatro anos seguidos de grande seca, comemora as chuvas que caíram no estado em janeiro e este mês. Elas surgiram como alívio para as pastagens do Agreste e Zona da Mata e para os pequenos produtores e podem reduzir os prejuízos resultantes da seca.

Pio Guerra, presidente da Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco (Faepe), fez uma avaliação do setor no estado. A indústria da fruticultura irrigada no São Francisco, por exemplo, apresenta um quadro positivo em relação aos preços internos e externos e à produção de frutas. Além da soja e do milho, também com quadro interno favorável.

Já a pecuária leiteira e a caprinocultura ainda tentam se recuperar dos tempos de estiagem. “A estabilidade climática é necessária para repor as pastagens e as reservas das fazendas. Não se recupera um rebanho de um dia para o outro. Por isso, os preços ainda são piores do que no Centro-Sul”, explica Guerra.

Para o presidente, a situação climática interfere muito nos resultados previstos para o ano, mas a instabilidade da economia também gera incerteza sobre os números do setor agropecuário. Outra dificuldade é a liberação de crédito para os agricultores. A burocracia exigida acaba desestimulando os pequenos produtores e a demanda de solicitantes também é bastante ampla.

No Nordeste, segundo Guerra, o modelo usado pelo Ceará para conviver com escassez de água é bastante avançado e eficaz, podendo servir de inspiração para outras localidades, mas o tema é pouco debatido. Na tentativa de discutir alternativas para estabelecer uma convivência produtiva com a seca, a Faepe e o Sebrae criaram o Fórum Permanente de Convivência Produtiva com as Secas. O evento busca inspiração em experiências de sucesso para discutir a possível sugestão delas para aplicar no estado.

A iniciativa teve início em 2014. Nos dois primeiros anos, foram feitas viagens para o México, Estados Unidos, Espanha e Israel, com o intuito de coletar experiências e também de trazer pessoas qualificadas para falar sobre o assunto. “O fórum é atualmente o nosso projeto mais importante. Serve para provocar novos pensamentos e ideias sobre o assunto das secas”, acrescenta o presidente.

No próximo mês, será realizada uma palestra com o tema As políticas de convivência com as secas na Austrália. Para falar sobre a experiência do país – que teve entre 2013 e 2014 mais de 150 recordes de temperatura –, foi convidado Marlos de Souza, engenheiro florestal.  Souza é secretário da Plataforma de Águas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, a serviço da Austrália.

Fonte: Diario de Pernambuco