O presidente da Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco (Faepe) e da Comissão Nordeste da CNA, Pio Guerra, recebeu no Sindicato dos Produtores Rurais de Petrolina, à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, em sua primeira vinda a Pernambuco, na última segunda (15).
O encontro incluiu algumas reivindicações dos principais segmentos econômicos do agronegócio no estado: fruticultura, pecuária, avicultura e cana-de-açúcar. Cada liderança setorial pôde explanar a relevância de suas atividades, juntamente com algumas demandas.
Os produtores da Fruticultura do Vale do São Francisco abordaram itens considerados primordiais para alavancar a atividade na região. Segundo o presidente do sindicato, Jailson Lira, foram listados quatro pontos em um documento entregue à ministra que pleiteia: Abertura de novos mercados no Japão, China, Koreia do Sul e Vietnam; Assinatura de convênio entre Petrolina, Brasil e Israel para importação de tecnologias com a criação de sturtups agrícolas; Apoio da Embrapa Uva e Vinho no fomento às novas variedades de uva de mesa para a região e Providências para evitar o avanço sistemático das invasões de áreas dentro do perímetro Senador Nilo Coelho.
“Estamos ligados a corredores de exportação, temos disponibilidade de água e mão-de-obra. Mas para ampliar nossa presença em mercados externos, precisamos de uma política comercial mais efetiva, que facilite os acordos internacionais”, afirmou Lira.
Na ocasião, o fruticultor Arnaldo Eijsink, das Fazendas Labrunier, falou sobre as vinte e cinco variedades de uva desenvolvidas, em Petrolina, pelo empresariado, com o apoio da Embrapa.
Ainda na pauta da fruticultura, o senador Fernando Bezerra Coelho pediu a intervenção Ministério da Agricultura para que as pesquisas de uvas sem sementes, realizadas pela Embrapa, no Rio Grande do Sul, passem a ser feitas em Petrolina.
Já os pecuaristas reivindicaram o bloqueio das importações de leite em pó, que prejudicam fundamentalmente o estado de Pernambuco, onde pode se verificar os piores preços para o produtor no Brasil.
“A conta da produção leiteira não está fechando. Temos que procurar estas e outras alternativas para reduzir o custo e aumentar o preço do leite para o produtor no NE, já que nas regiões Sul e Sudeste se paga em torno de 50% a mais”, explicou o representante, o empresário do setor Otávio Bezerra. Outro pleito do segmento foi a isenção do Pis e Cofins para a bovinocultura, caprinocultura, ovinocultura e piscicultura, equiparando com avicultura e suinocultura.
Na ocasião, Pio Guerra reafirmou a necessidade de implantar medidas para mitigar a seca “de fato eficientes”. Enfatizou que a principal vocação produtiva do Semiárido é a pecuária “e não se pode pensar nessa atividade sem pastagens”. Diante desse cenário, o gestor destaca que é fundamental o envolvimento da Embrapa para viabilizar o acesso a novas forragens mais adaptáveis à região, bem como o maior uso da palma forrageira, com manejo e cultivo agrícola melhorados, inclusive com mecanização de sua colheita. Todos esses fatores elevarão significativamente a capacidade de suporte das fazendas, gerando maior produtividade dos rebanhos e mais receita para o produtor”.
Por fim
Os avicultores pediram água para o Agreste pernambucano, a conclusão das obras da Transnordestina para o transporte de grãos, além da desburocratização e mais agilidade nas análises das instalações avícolas feitas pela Delegacia do Mapa.
Os representantes do segmento canavieiro Alexandre Andrade Lima, presidente da Feplana e Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar, ressaltaram que, embora os campos de produção da cultura no Estado estejam situados na Zona da Mata, com condições climáticas favoráveis, é essencial investir na construção de barragens, para otimizar os recursos hídricos disponíveis na região, quer seja na atividade econômica, quer seja no abastecimento humano e animal.
Em paralelo, eles articulam a criação de um programa de irrigação e mecanização nas áreas menos declinosas da topografia pernambucana. A iniciativa envolve a Secretaria de Politica Agrícola do Mapa e a Embrapa.
Para Pio Guerra, as ações entre o setor produtivo e o Mapa têm muito que evoluir. “Existe um interesse recíproco em melhorar e aprofundar esse relacionamento, de impulsionar o agronegócio e aumentar as exportações do setor. As perspectivas são muito positivas”, adiantou o presidente.
Pio Guerra, que acompanhou a ministra em todos os compromissos de sua agenda em Pernambuco e na Bahia, destacou que todos valorizaram a visita da ministra no estado e registraram confiança na sua gestão. “Espero que nas próximas vindas da ministra possamos mostrar o dinamismo e os desafios de outras regiões também importantes da nossa agropecuária”.
A ministra citou que importantes ações estão sendo trabalhadas com a CNA, suas federações e o Senar. Disse ainda que, no Vale do São Francisco, pôde constatar que independente do tamanho do empreendedor todos se mostram economicamente viáveis, inclusive com utilizando, muitas vezes, o cooperativismo como forma bem sucedida de produção.
A comitiva também contou com a participação de representantes das classes produtiva e política. Entre eles os presidentes do Banco do Nordeste, Romildo Rolim e da Embrapa, Sebastião Barbosa, do prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, e do vice-prefeito, Guilherme Coelho, dos deputados Fernando Filho e Antônio Coelho.