A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima em R$ 6,6 bilhões os prejuízos para os produtores rurais com os nove dias de bloqueio nas estradas devido à paralisação dos caminhoneiros. Este valor é referente às perdas de Valor Bruto da Produção (VBP), que mede a estimativa de faturamento bruto na produção “dentro da porteira”.
“Este prejuízo é apenas na produção primária, sem considerar ainda o processamento, as indústrias e a parte de insumos, que estão tendo prejuízos severos. E ainda fora o que está por vir, porque a recuperação não é imediata”, afirmou o superintendente técnico da CNA, Bruno Lucchi, que alertou para o “caos extremo” na produção de alimentos se os bloqueios continuarem.
O superintendente da CNA participou de uma entrevista na Câmara dos Deputados, organizada pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), com a participação de várias entidades do setor produtivo, para falar sobre o impacto do bloqueio nas estradas.
Para Lucchi, o tempo que o produtor deve levar para se reestruturar é de seis meses a um ano. “Animais estão morrendo, alimentos perecíveis como hortaliças e leite são desperdiçados. O impacto é econômico, social e ambiental”, afirmou.
O superintendente da CNA reiterou que a CNA defende que o direito de “ir e vir” prevaleça neste momento para que o produtor possa escoar a produção e receba os insumos necessários para evitar a morte de animais. “Não é um problema apenas para o produtor, mas para toda a sociedade”.
Ontem, a CNA encaminhou ofícios aos Ministérios da Defesa e da Segurança Pública para pedir escolta para o transporte de produtos perecíveis, carga viva e insumos para garantir o abastecimento dos produtores.
A presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputada Tereza Cristina (DEM-MS), fez um apelo para o fim da paralisação para evitar ainda mais prejuízos ao desabastecimento de diversos produtos para a população brasileira.
“A situação vem se complicando. Nós estamos muito preocupados e gostaríamos de fazer um apelo para que os caminhoneiros que gostam de trabalhar possam trabalhar para não deixar que o abastecimento da população brasileiro fique mais prejudicado”.
Assessoria de Comunicação CNA/SENAR