Mudança na vacina foi uma exigência dos pecuaristas, diante dos constantes abscessos causados pela substância saponina
A nova fórmula da vacina contra febre aftosa em dose reduzida de 5 ml para 2 ml e sem a substância saponina estará disponível para o produtor somente em maio de 2019. A informação foi divulgada ontem (31), pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília.
A mudança na vacina foi uma exigência dos produtores, diante dos constantes abscessos que têm trazido prejuízos diários à pecuária brasileira. De acordo com o presidente da Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco (Faepe), Pio Guerra, entidades do agronegócio pediram mudança “imediata” desde julho do ano passado. “O pecuarista aguardava a liberação da nova fórmula para maio de 2018. Esse adiamento é preocupante”, alertou.
O coordenador de Sanidade Animal da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Décio Coutinho, endossou o posicionamento da classe produtora. “A CNA está descontente com o resultado, mas pelo menos já temos um posicionamento para trabalhar daqui para frente”, afirmou.
Décio afirmou que a vacina com menor dosagem trará menos prejuízo ao produtor rural. “Quando o animal vai para o abate, a parte afetada pelo edema é retirada da carcaça antes de ser pesada, gerando prejuízo ao produtor. Então a ideia é que esse impacto seja zero ou o menor possível”, explicou.
O secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Luis Rangel, explicou que os volumes das vacinas que estavam sendo produzidos pelos laboratórios não atingiram o mínimo necessário para os estoques e por isso a nova fórmula só estará disponível em 2019.
“A maior preocupação do setor era com relação às datas da disponibilização da vacina. Já foi definido, não tem mais dúvida quanto aos prazos. Agora precisamos divulgar essa informação, para que ela chegue da melhor forma possível”, disse Rangel.
Prejuízos – Estimativas indicam que o produtor perde, em média, 2 quilos de carne por animal abatido, quando as lesões provocadas pela vacinação são encontradas. As entidades lembram que o pecuarista já possui gasto com a compra da vacina, além de não ser ressarcido pela carne descartada.
Aproximadamente, são gastos R$ 600 milhões para vacinar 215 milhões de cabeças de gado no país.