Bacia leiteira e a peleja sem fim

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imagem acervo JC

A estiagem continua castigando os criadores de gado por causa da falta de alimentos para os animais principalmente no Agreste região que concentra 87% dos produtores de leite do Estado. “Alguns produtores estão buscando o bagaço da cana-de-açúcar a 600 km de distância em Juazeiro, na Bahia. Os custos de produção triplicam, quando se compara 2012 com 2017”, conta o presidente da Sociedade Nordestina dos Criadores, Emanuel Rocha.

“As usinas da Zona da Mata de Pernambuco, que seriam mais perto, não têm mais bagaço (da cana) pois estão na entressafra. Já é 6° ano consecutivo da seca”, conta Emanuel. Além do alimento mais caro, os produtores chegam a pagar R$ 350 num carro-pipa com água.

A estiagem e as suas consequências voltaram a ser discutidas, ontem pela manhã no Fórum Permanente de Convivência Produtiva com as Secas, no Hotel Golden Tulip, em Boa viagem com o tem “Ações do IPA e da Embrapa Seminário”, voltadas a essa região de Pernambuco. O tema foi abordado pelo presidente do IPA, Gabriel Maciel, e pelo Chefe Geral da Embrapa Semiárido, Pedro Gama.

Segundo Gabriel Maciel, as principais ações do IPA para o semiárido são uma articulação para ajudar a distribuir 30 mil toneladas de milho do governo federal com preço subsidiado aos produtores – com o saco de 50 kg vendido a R$33, enquanto o preço normal é R$ 65 – e a distribuição de 1 mil toneladas de semente de milho para serem plantadas por 100 mil pequenos agricultores. No grão subsidiado pela União, o governo estadual retirou o ICMS da venda e vai colocar a estrutura da Adagro e do IPA para futuros pontos de comercialização do produto.

O presidente da Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco (Faepe) e do Forúm das Secas, pio Guerra, afirma que as 30 mil toneladas do grão da União destinadas a Pernambuco são “insuficientes”. Há uma estimativa de que seriam necessários cerca de 100 mil toneladas de grão mensais.

Pio Guerra considera “muito fraca” a base de informações dobre o clima. “Está chovendo no Rio Grande do Norte e no Ceará. No entanto, o clima continua absolutamente seco e Pernambuco, Paraíba e uma parte de Alagoas. Isso exige uma reação de todos, porque uma seca na época da chuva é catastrófica”, diz. Ele argumenta que o setor só poderá mitigar os efeitos de uma seca tão prolongada se contar com informações fidedignas sobre previsão climática e de mercado, além de programas governamentais que garantam o abastecimento de água.

Fonte: Jornal do Commercio