Nos últimos dias, foram registradas mortes de bovinos com suspeita de botulismo, nos municípios de Ibirajuba e São Bento do Una, ambos na região Agreste de Pernambuco.
Com o intuito de identificar se as mortes foram, de fato, ocasionadas pela enfermidade, também conhecida como “doença da vaca caída”, técnicos da Agência de Fiscalização e Defesa Agropecuária (Adagro) coletaram amostras, por meio de necropsia nos animais. O material, enviado para análise em São Paulo, terá seu resultado divulgado nos próximos dias.
Diante desse quadro, a Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco (Faepe) orienta seus Sindicatos Rurais a conscientizarem a classe produtora sobre a necessidade de vacinar o rebanho, como principal forma de prevenção do botulismo.
A Faepe ressalta, ainda, que o fator climático está diretamente associado a infestação da doença no Estado, que já enfrenta o seu quinto ano consecutivo de seca. Segundo o presidente da entidade, Pio Guerra, bovinos confinados também podem adquirir a doença quando alimentados com silagem, feno ou ração mal conservados, que possam conter matéria orgânica em decomposição ou carcaças de pequenos mamíferos e aves, que por acidente, possam ter sido incorporados ao alimento no momento da preparação. “Estas condições favorecem a multiplicação da bactéria e produção de grandes quantidades da toxina botulínica”, explica o presidente.
Além disso, reservatórios de água, águas paradas ou açudes contaminados por carcaças de roedores, pequenas aves ou animais silvestres, também podem ser considerados como possíveis fontes de infecção para bovinos a campo e estabulados.
Sintomas
O bovino com botulismo apresenta dificuldade para se deslocar em consequência da paralisia dos membros posteriores, que ao se agravar, a afeta também os membros anteriores. Por isso o animal passa a maior parte do tempo deitado.
Com a evolução da doença, o animal não consegue mais levantar-se e tem paralisia dos músculos da mastigação, indicada pela incapacidade de apreender e ingerir os alimentos. No estágio mais avançado do botulismo, o animal sente dificuldade para respirar, em decorrência da paralisia flácida progressiva dos músculos esqueléticos, ocasionada pela ação da toxina, embora apresente estado mental e sensorial normal. A morte do animal é antecipada por coma, acompanhado de insuficiência e parada respiratória.
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