Missão empresarial busca alternativas para a convivência com a seca na Austrália e Chile

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Um grupo de empresários pernambucanos participa de missão técnica no Chile e Austrália, coordenada pelo presidente da Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco, Pio Guerra. O grupo parte nesta quinta-feira (16) e deverá cumprir roteiro de onze dias.

O trajeto começa na cidade de Santiago, no Chile, onde a delegação participará de reunião no Escritório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). A partir daí, a comitiva inicia as visitas em campo na Austrália, que apesar de ser um dos países mais secos mundo, consegue enfrentar a falta de recursos hídricos de maneira eficiente.

Formada por seis lideranças empresariais e técnicos, a delegação cumprirá uma vasta programação no território australiano, percorrendo instituições acadêmicas, governamentais, e centros de pesquisa, além de propriedades rurais. Nos empreendimentos australianos, eles buscam trazer para o Estado os avanços em pesquisa e tecnologia, sistemas de gestão da água e seu uso sustentável na agricultura, além de políticas públicas inovadoras.

A primeira parada é no Instituto de Pesquisa do Estado de Vitória. Em seguida, o grupo visitará o Instituto de Pesquisa de Ruterglen. Lá eles conhecerão os sistemas de produção de cordeiro e de pastagem, extensão, inovação de serviços e biossegurança. A missão também contempla ida ao Instituto de Pesquisa Agrícola de Wagga Wagga. Em seguida, os empresários vão conhecer o funcionamento do Departamento de Agricultura e Recursos Hídricos da, em Canberra e da CSIRO – Agência Nacional de Pesquisa da Austrália.  O foco dessa última visita é conhecer estudos sobre produção de forragem, práticas de fertilização e produção adaptada às condições de clima árido.

De acordo com Pio Guerra, o intuito da missão é trocar informações e atrair parcerias com universidades, setor produtivo, instituições de pesquisa e de extensão rural, e demais órgãos do segmento. Ele ressalta algumas semelhanças de clima entre Pernambuco e Austrália, sendo o segundo ainda mais árido do que o Sertão nordestino.

“Na Austrália, a população acompanha, em tempo real, o volume de água acumulada em todos os reservatórios. O maior investimento feito no país para controle e reaproveitamento desse recurso é a transferência de conhecimento sobre consumo consciente. Além disso, o governo oferece orientações sobre a quantidade e qualidade da água disponível, por região. E esse monitoramento é primordial para atender a demanda, de forma equilibrada, em longos períodos de estiagem”, frisou Guerra.

Os resultados desse modelo de gestão podem ser confirmados em todo o país. Estados do Sul da Austrália, a exemplo de Vitória, têm 20% do seu esgoto reciclado. Vale ressaltar também, que os eletrodomésticos como máquinas de lavar roupas e louças, além das duchas de banho e vasos sanitários, apresentam um selo indicativo do consumo de água. Dessa forma, antes de comprar qualquer um desses produtos, o consumidor já sabe a estimativa de gasto. Além da Faepe, participam da missão, representantes do Sebrae e do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep).