Classe produtora contesta decisão do Mapa de disponibilizar as mudanças na nova vacina contra aftosa somente em 2019

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CNA e Faepe pedem que o governo priorize essa questão e coloque a nova vacina no mercado já em 2018

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) contestou a decisão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) de disponibilizar ao produtor rural só em 2019 as mudanças da vacina contra a febre aftosa aplicada em todo rebanho bovino do país. A CNA pede que o governo priorize essa questão e coloque a vacina no mercado já em 2018.

Durante a reunião da Câmara Setorial da Carne Bovina, na quarta-feira (13), em Brasília, o Ministério da Agricultura informou aos participantes que a nova fórmula da vacina não estaria pronta no ano que vem.

A decisão desagradou a CNA já que, em julho deste ano, a entidade assinou uma Nota Técnica pedindo a mudança na composição da vacina com a redução do volume da dose, de 5 ml para 2 ml, e a retirada da substância saponina. De acordo com a entidade, a demora do posicionamento do Ministério demonstra uma falta de priorização da cadeia, que tem sofrido com o embargo da carne brasileira pelos Estados Unidos.

O presidente da Faepe, Pio Guerra, explica que os pecuaristas já estão aguardando as vacinas. “Todos sabem da importância que é manter os animais livres de doenças que podem comprometer o rebanho e a comercialização de animais e carne bovina de origem pernambucana. Além disso, vale salientar que a vacinação é obrigatória em nosso Estado”, reafirma.

Para o presidente da Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da CNA, Antônio Pitangui de Salvo, foi uma “surpresa negativa” saber que o produtor só terá a vacina com a nova fórmula à disposição em 2018. “Era uma exigência e uma necessidade do produtor ter o mais rápido possível essas vacinas com menor dosagem e sem a saponina, que é um coadjuvante que causa também esses abscessos”, disse.

Pitangui explicou ainda que a vacina trouxe muitos benefícios, já que o Brasil exporta praticamente para o mundo inteiro e está livre há mais de 20 anos da doença. “Mas também sabemos do que ocorreu no começo deste ano com o embargo dos EUA, que ainda não voltou a comprar a carne brasileira porque não sente segurança de que esses abscessos terminaram por completo”, destacou.

Prejuízos – Estimativas indicam que o produtor perde, em média, 2 quilos de carne por animal abatido, quando as lesões provocadas pela vacinação são encontradas. As entidades lembram que o pecuarista já possui gasto com a compra da vacina, além de não ser ressarcido pela carne descartada. Aproximadamente, são R$ 600 milhões despendidos por ano na aquisição do produto levando em consideração um rebanho de 215 milhões de cabeças vacinadas no país.